O empreendedorismo rural é um movimento econômico que vem ganhando força, principalmente entre os mais jovens. Mas engana-se quem pensa que ele surgiu recentemente, como explica a nossa entrevistada Marcia Finencio.
Marcia é formada em magistério e reside em Cabreúva, interior paulista. Ela atua na CEAGESP, em São Paulo, e possui plantações em São Miguel e Mogi Guaçu, também no Estado de São Paulo.
Ela explica que o contato com o empreendedorismo rural surgiu ainda na infância, através de sua família, que possuía lavouras de uva e, posteriormente, de vagem e tomate, em municípios do interior de São Paulo e em Minas Gerais.
“Estou envolvida desde que era criança, pois mesmo frequentando a escola, ajudava nas tarefas de escritório, com faturas e notas fiscais de entrada e saída”, recorda Marcia.
Mas, foi em 2006, após o falecimento de seu pai, que ela decidiu mergulhar nesse segmento e dar continuidade ao legado dele: “fomos formados para a sucessão. Acredito que seja uma paixão que corre em minhas veias”, declara.
Atualmente, após a dissolução do grupo dos irmãos, Marcia passou a produzir cerca de 30 mil pés de vegetais e frutos variados, gerando um faturamento médio de R$ 700 mil. A empreendedora também explica que sua produção é agregada aos pequenos e médios produtores.
Assim como em outros setores, o empreendedorismo rural traz diversos desafios, e Marcia destaca alguns deles:
“Tenho muitos desafios por estar sozinha na liderança. Tenho que organizar o plantio, cuidados, estar sempre visitando as roças, procurando prever problemas bem antes que aconteçam. Uma lavoura pode produzir de forma excelente, porém os preços e clima podem não ajudar”, detalha.
Outro problema que ela aponta como um verdadeiro vilão é a inadimplência. “Mesmo vendendo com as notas e normas pré-estabelecidas, nada garante o recebimento das vendas”, afirma.
Além disso, ela revela que o empreendedorismo rural enfrenta problemas, como a falta de apoio financeiro quando estão passando por dificuldades. Os bancos e instituições financeiras acabam dando preferência para os grandes produtores.
Ela também observa que o custo na agricultura está cada vez maior, devido ao aumento nos combustíveis, adubos, defensivos e mão de obra. Por isso, ela torce para que o setor consiga manter valores justos nos produtos: “espero em Deus que os produtos de hortifruti tenham valores que os consumidores possam pagar”, diz Marcia.
Quando questionada sobre o segmento, Marcia se recorda das palavras de seu pai e diz: “Como dizia meu pai, [o empreendedorismo rural é] um ramo que nunca entrará em crise porque todos precisam de alimentos. E, nos últimos tempos, as pessoas estão levando muito mais a sério a importância dada à saúde e ao estilo de vida, então a alimentação orgânica se tornou fundamental.”
Como funciona o empreendedorismo rural?
Após ter entendido mais sobre essa área, vamos explicar como funciona o empreendedorismo rural. Ele está ligado diretamente ao setor rural e gera soluções que contribuem para a sociedade em geral, principalmente quando se trata de produtos e serviços da agricultura e abastecimento.
O movimento existe desde sempre e ganhou destaque a partir de 2018, quando profissionais que atuam com atividades de produção, comércio e prestação de serviços de diversas áreas ligadas à agricultura puderam se formalizar como Microempreendedor Individual (MEI). O impacto disso? 17 milhões de trabalhadores puderam sair da informalidade e se registrar como MEI.
O Sebrae, percebendo a importância do setor, criou uma série de ações e projetos que valorizam a produção do micro e pequeno empreendedor rural, além de promoverem práticas agrícolas sustentáveis e a instalação de uma gestão empresarial no campo.
O grande objetivo é buscar novos canais de comercialização, respeitando a cultura e as vocações econômicas de cada região. Para isso, o Sebrae oferece cursos e consultorias que ajudam o produtor, desde a formalização, até o layout correto do rótulo final dos produtos.
Um desses projetos, o Inteligência Estratégica para Pequenos Negócios, é uma parceria entre Sebrae e Embrapa para organizar e divulgar conhecimentos em tecnologia e gestão para o fortalecimento dos pequenos empreendedores rurais. O objetivo é consolidar nichos de mercado e compartilhar práticas que possam contribuir com a competitividade e a sustentabilidade de empreendimentos de menor porte no campo.
Outra iniciativa lançada recentemente foi o Manual do Jovem Empreendedor Rural, elaborado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Neles, jovens empreendedores rurais interessados em abrir e consolidar o próprio negócio, poderão sanar suas dúvidas sobre como investir no campo, como adquirir terras e todas as suas possíveis implicações, até dicas práticas de produção, qualidade, sustentabilidade e economia.
Até 2050, sete em cada dez pessoas viverão nas cidades. O grau de exigência da população quanto à alimentação será maior. A mudança de comportamento do consumidor é que vai ditar a demanda da agricultura e pecuária e uma dessas mudanças já foi prevista pela nossa entrevistada Marcia, quando ela explica que a busca por uma vida mais saudável impactará diretamente o setor. Afinal, a busca por alimentos orgânicos será ainda maior.
De acordo com o documento da ONU, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), esse protagonismo dos consumidores já tem gerado novos modelos de negócios e oportunidades em diversos setores, entre os quais o agroindustrial. Novos modelos de negócios nesse meio já são uma realidade, como a venda direta do produtor, lançamentos de produtos alimentícios cocriados pelos consumidores.
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