Você já ouviu falar em empreendedorismo feminino? É o movimento que reúne negócios idealizados e comandados por uma ou mais mulheres, trazendo à tona a discussão sobre o impacto econômico e social dos negócios comandados por mulheres e fortalecendo o protagonismo feminino.
Para se ter uma ideia de sua importância, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 19 de novembro como o Dia do Empreendedorismo Feminino. A data é comemorada desde 2014 e vem ganhando o apoio de diversas organizações pelo mundo. A própria entidade criou a ONU Mulheres, que tem por objetivo unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres.
O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa, gerando oportunidades de liderança para as mulheres. Assumir o próprio negócio é uma forma de empoderamento social e econômico, com o potencial de mudar a realidade de milhares de mulheres.
Além de oxigenar as ideias de negócio, a inclusão de novas empreendedoras teria um impacto significativo no PIB mundial. De acordo com um estudo divulgado no final de 2019 pelo Boston Consulting Group, o aumento do número de negócios liderados por mulheres poderia elevar o PIB mundial entre US$ 2,5 trilhões e US$ 5 trilhões.
De acordo com o Sebrae, o Brasil conta com 24 milhões de mulheres à frente de uma empresa, sendo que 45% delas são chefes de família. Em comparação com os homens que empreendem, elas possuem escolaridade 16% superior, porém, seus negócios faturam 22% menos. E a desigualdade não para por aí: em 2018, os empreendedores brasileiros registraram rendimento mensal médio de R$ 2.344, enquanto as empreendedoras faturaram, em média, R$ 1.831 por mês. Ainda de acordo com o Sebrae, as mulheres têm menor acesso a linhas de crédito para estruturar e expandir seu negócio.
Os dados apontam também que o empreendedorismo tem despertado maior interesse nas mulheres. A proporção de “Empreendedores Novos” – os que têm um negócio com menos de 3,5 anos – é maior entre elas: 15,4% contra 12,6% de homens.
Elas representam 48% dos microempreendedores individuais (MEI) no país e geralmente escolhem os setores de estética, moda, beleza, alimentação (trabalhando em casa ou em seu próprio restaurante).
Dados da Rede Mulher Empreendedora (RME) revelam que 53% das empreendedoras brasileiras são mães, sendo que a maioria busca por horários flexíveis, que permitam conciliar as tarefas domésticas e a vida profissional.
Abaixo, listamos mais algumas caraterísticas que compõe o perfil dessa mulher empreendedora:
Um dos pontos que mais chama a atenção é a união das empreendedoras em grupos e redes de apoio, que fornecem não só suporte para quem está começando, mas muito conteúdo, trocas e oportunidades.
Listamos abaixo algumas dessas redes.
Criado em 2013 por 40 mulheres de diferentes segmentos comerciais, com o objetivo de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país. É presidido pela empresária Luiza Helena Trajano e tem mais de 64 mil participantes no Brasil e no exterior. Entre os valores dessa rede estão criar uma agenda propositiva com planos de ação e atuar no Brasil como um todo com ações locais e regionais.
O grupo possui diversas frentes e, para cada uma delas, foi criado ao menos um comitê, em que as participantes se unem para planejar e realizar ações. Um deles é o comitê de empreendedorismo, que apoia o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, capacitando empresárias para que tenham sucesso em suas ações. Um time de especialistas que dividem suas experiências por meio de palestras, oficinas e reuniões conduz o comitê, inspirando as mulheres a desenvolverem suas ideias.
Para conhecer todas as iniciativas do Grupo Mulheres do Brasil, clique aqui.
Idealizada em 2010 por Ana Lúcia Fontes, o grupo nasceu durante o “Programa 10 mil Mulheres da FGV”, quando Ana teve a ideia de criar um blog sobre os medos, as dúvidas e as dificuldades do empreendedorismo feminino. Ela percebeu, então, que esses questionamentos eram compartilhados por outras mulheres, que também buscavam ajuda e apoio. A Rede surgia, assim, para suprir essa lacuna.
Em 2017, ela resolveu ampliar seus objetivos e criou o Instituto Rede Mulher Empreendedora, focado na capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade. A Rede Mulher Empreendedora – RME é a primeira plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, com o propósito de empoderar essas mulheres economicamente, garantindo independência financeira e de decisão sobre seus negócios e suas vidas.
Um dos pilares do grupo é a crença de que quando as mulheres têm negócios que dão certo, elas investem em suas comunidades para que haja um contínuo desenvolvimento e tratam seus públicos de interesse como uma família estendida, acreditando no poder colaborativo para melhorar o mundo.
Acesse aqui o site da RME para conhecer todas as iniciativas.
Adriana Valente, fundadora da rede, acredita que é preciso incentivar todo e qualquer projeto que favoreça o equilíbrio social e de gênero, desenvolvimento da comunidade, meio ambiente e saúde em geral. Ela está sempre buscando por modelos de gestão que permitam recuperar o capital financeiro e que, ao mesmo tempo, façam bom uso do capital natural.
O objetivo do projeto é oferecer inovação tecnológica, conhecimento, colaboração, parcerias, apoio emocional entre outros. Ao identificar novos nichos de mercado, novos modelos de negócios com horários e organizações flexíveis, é possível criar oportunidades reais para que a empreendedora seja a protagonista de sua vida, fortalecendo sua independência emocional, financeira e poder de decisão.
Clique aqui para acessar o grupo Empreender Mulher nas redes sociais e trocar ideias com o grupo.
E você, já faz parte de algum grupo ou rede de empreendedoras? Conta aqui pra gente nos comentários.