Como surgiu o Dia Internacional da Mulher? Apesar de ser comemorada há muitos anos, ainda há bastante gente que não sabe a origem da data e, por isso, o artigo de hoje explica o porquê desta data comemorativa.
Tudo começou em 28 de fevereiro de 1909, nos Estados Unidos, quando mulheres saíram às ruas pedindo por seus direitos. Na época, a precariedade e más condições de trabalho eram predominantes nas fábricas, principalmente quando as trabalhadoras eram mulheres.
Os únicos que tinham condições apropriadas para trabalhar eram os homens que, na maioria das vezes, ocupavam cargos de liderança.
Dois anos depois, algumas mulheres que faziam parte do movimento feminista, que surgiu ainda em 1909, organizaram uma passeata para relembrar um fato ocorrido no dia 25 de março do mesmo ano, quando um incêndio na fábrica têxtil Triangle Shirtwais matou 123 trabalhadoras.
A empresa ocupava os três últimos andares de um prédio de dez andares, nomeado de Asch, em Nova York. Os equipamentos da empresa não tinham segurança, assim como toda a instalação, e as mulheres – imigrantes, em sua maioria – trabalhavam 14 horas por dia, sem direito algum, como a licença-maternidade, por exemplo.
Após a tragédia, muitas mulheres começaram a lutar pelos seus direitos como trabalhadoras.
Muita gente defende que essa homenagem que aconteceu às vítimas do incêndio tenha sido a primeira celebração oficial, mas outras pessoas consideram a primeira passeata em 1909 como a pioneira, dando início a uma nova era.
O que se sabe é que, após ambos os episódios, o movimento feminista ganhou força e muitos direitos foram conquistados bravamente.
Mas o Dia da Mulher, atualmente celebrado no dia 8 de março, surgiu na Rússia, anos mais tarde – em 1917 – quando operárias têxteis entraram em greve em São Petersburgo. Elas pediam melhores condições de trabalho e ainda enfrentavam a Primeira Guerra Mundial, vivendo em um cenário de extrema pobreza.
Historiadores estimam que, entre homens e mulheres, mais de 90 mil pessoas foram às ruas, protestando contra o próprio governo.
Já a homenagem de dar flores às mulheres surgiu na Tchecoslováquia, em 1920, quando o governo comunista convenceu os homens de que eles deveriam considerar as lutas femininas e dar visibilidade às mulheres. Desde então, todo dia 8 de março elas recebiam uma flor de seus chefes ou maridos.
Por isso, muitas mulheres não gostam de receber flores no Dia da Mulher. Afinal, o gesto nunca foi sincero e sim uma estratégia do patriarcado.
Engana-se quem pensa que as manifestações feministas tiveram início em meados de 1900. Desde muito antes, algumas mulheres já enfrentavam o patriarcado e batalhavam pelos seus direitos, pois eram tratadas como mercadoria ou animal reprodutor – o que ainda é realidade em muitos lugares, em pleno século XXI.
Depois de saber um pouco mais sobre a história da data, agora sabemos que chocolate e flores são clichês. Veja como fazer a diferença no Dia da Mulher:
1 – Um grande passo para apoiar a luta das mulheres é ouvi-las;
2 – Nas próximas eleições, escolha candidatas mulheres (alô, 2022!);
3 – Se você optou em ter uma diarista ou secretária do lar, pague um valor mais alto que o valor de mercado;
4 – Indique mulheres para vagas de emprego;
5 – Se, no ambiente de trabalho, há mais homens do que mulheres, questione seus superiores;
6 – Na hora de contratar mulheres, não desconsidere as que são mães;
7 – Saiba que trabalho doméstico é trabalho;
8 – Faça sua parte na casa em que você mora e não “ajude” sua mãe ou esposa nas tarefas domésticas;
10 – Não cobre das mulheres que elas lutem por questões relacionadas ao público masculino;
10 – Não “passe pano” para amigos, colegas de trabalho ou parentes que são machistas (não ria de piadas preconceituosas, por exemplo);
11 – Fique de olho em tudo que acontece no movimento feminista e apoie;
12 – Respeite todas as pessoas que se autodeclaram mulheres.
E para lembrar a importância da data, separamos aqui alguns filmes de histórias reais. Confira:
Bastante antigo e pouco conhecido, o filme traz um mar de emoções. Ele conta a história de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma educadora com baixa visão que se torna professora de Helen Keller (Patty Duke). Essa, por sua vez, se tornou a primeira pessoa cega e surda a ter um bacharelado e se tornar uma escritora conhecida. Assista ao trailer:
Uma das mulheres mais reconhecidas pelo seu trabalho, Frida Kahlo, representada por Salma Hayek na obra, teve uma vida sofrida, que é claramente retratada no filme. Do sofrimento à glória de ser uma das pintoras mais famosas da América Latina, o filme mostra como ela era feminista, socialista e vivia de forma livre. Veja a seguir um trecho:
Uma animação francesa inspirada no quadrinho de mesmo nome, que é uma autobiografia de Marjane Satrapi, que nasceu no Irã e vê todas as mudanças no país após a queda da monarquia, que inclui a perda de vários direitos para as mulheres.
Assista:
O filme retrata a história de Amelia Earhart (Hilary Swank), que foi a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico sozinha pilotando um avião. Ela até ganhou a medalha ‘The Distinguished Flying Cross’ – que é dada para pessoas que realizaram grandes conquistas no espaço aéreo. Confira o trailer:
Margaret Keane (Amy Adams) é uma pintora que ficou famosa por representar mulheres e crianças com olhos grandes. Por assinar apenas com o sobrenome, que era de seu marido – o pintor Walter Keane (Christoph Waltz) – conseguia vender as obras como se não fossem de sua autoria. Tempos depois, Walter tenta usurpar as obras da esposa. Clique aqui e assista o trailer.
Nise de Silveira (Gloria Pires), uma psiquiatra que lutou por um tratamento mais humanizado aos doentes mentais, o que inclui acabar com o eletrochoque e com a lobotomia. A sua importância foi tanta para dar fim a estes tratamentos desumanos que até hoje o seu trabalho é lembrado internacionalmente.
Trailer disponível no YouTube:
O documentário mostra a história da ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que foi baleada pelo talibã por lutar pelos direitos das meninas a irem para a escola. Ela foi a pessoa mais jovem a ganhar um Prêmio Nobel da Paz, levando o consagrado título aos 17 anos. Assista um trecho:
Indicado ao Oscar de Melhor Filme, em 2017, o longa conta a história de Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), três mulheres pretas responsáveis por feitos históricos na NASA (Agência Espacial Americana). Confira o trailer:
Feliz 365 dias, afinal, todo dia é Dia da Mulher!