O que é explante mamário ou popularmente conhecido como explante de silicone? Este procedimento nada mais é do que a remoção das próteses de silicone.
Há duas motivações para este procedimento: questões de saúde e de estética.
Cada dia mais, nos deparamos com campanhas, ações e informações que nos levam a aceitar a forma natural dos nossos corpos, aumentando, assim nossa consciência e autoestima.
Diante deste cenário, muitas mulheres passaram a aceitar como são e, dentro desta parcela, muitas começaram a remover suas próteses de silicone, que até hoje são consideradas o sonho de tantas outras brasileiras.
No início dos anos 2000, a moda era seios grandes!
A prótese de silicone era uma grande tendência mundial, principalmente entre as famosas. Mas o jogo virou!
Atualmente, diversas celebridades nacionais optaram pelo explante de silicone, como Fiorella Mattheis, Amanda Djehdian (ex-BBB 10), Bruna Manzon, além de celebridades internacionais como Victoria Beckham e Ashley Tisdale.
Um caso que ganhou grande repercussão no mundo dos influenceres foi o da Evelyn Regly, que durante nove meses passou por diversos especialistas e cirurgias para resolver seu problema. Segundo ela, , o sonho se tornou pesadelo após realizar o implante mamário.
Após complicações, ela teve dificuldade na cicatrização e correu o risco de ter graves infecções. Por fim, ela optou em realizar o explante de silicone, mostrando assim uma dura realidade pouco falada.
O explante de silicone também ganhou força devido às mulheres jovens, de 18 a 30 anos, que realizaram o procedimento e se arrependeram.
Em entrevista realizada pela revista ‘CARAS’ online, o cirurgião plástico Joel Abdala, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), relatou que algumas jovens procuram por implantes mamários devido ao bullying sofrido em algum momento da vida. Por isso, é importante acompanhamento psicológico e apoio dos pais.
Ainda de acordo com levantamento divulgado pela revista, nos últimos 10 anos houve um aumento de 141% nos procedimentos estéticos entre jovens de 13 a 18 anos. Um número alarmante e que pode acarretar arrependimentos futuros.
Com a popularização do implante de silicone, divulgação e resultados superestimados, a parte negativa do procedimento que, pode ou não provocar o explante de silicone para melhorar a saúde e qualidade de vida, não são comentados e tampouco mostrados.
Mas, para entender melhor sobre este assunto, vamos explicar aqui os motivos que levam algumas mulheres a realizarem o explante de silicone devido à saúde.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) divulgados pela Folha de São Paulo, o interesse por próteses de silicone caiu 3,6% entre 2018 e 2019, mas o procedimento ainda representa 15,8% das intervenções estéticas.
Esta queda na porcentagem acontece devido à troca de informações sobre como conviver com as próteses, efeitos a longo prazo, arrependimento e, claro, a saúde. Algumas mulheres podem desenvolver intolerância alimentar, síndrome do intestino irritado, alergias de pele, enxaquecas, dores e até mesmo raciocínio lento, após a colocação das próteses.
Mas o explante de silicone também é indicado para outros casos, como no surgimento de células anaplásicas na cápsula da prótese mamária (ALCL), que é um tipo raro de linfoma nas células grandes (câncer do sistema imunológico), além do desenvolvimento da Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes (ASIA) – responsável por provocar reação imunológica.
Existem também outros sinais que podem servir de alerta para optar pelo explante de silicone, como:
A contratura capsular causa enrijecimento dos seios, dores ou desconfortos, além de alteração no formato. Neste caso, você pode optar pelo explante de silicone ou pela troca de próteses.
Com a ruptura da prótese (quando ela quebra e começa a vazar), o explante de silicone é fundamental. Neste caso, você pode optar por uma nova prótese ou não.
A ruptura da prótese pode ser assintomática ou sintomática, provocando dor, nódulos no seio, mudança na consistência, formato ou tamanho. Além disso, podem surgir problemas reumatológicos.
Apesar da doença do silicone não ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), diversas mulheres afirmaram desenvolver os sintomas da doença, como: intolerância alimentar, síndrome do intestino irritado, alergias de pele, enxaquecas e dores ou desconfortos.
Mas, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), não há dados científicos que comprovem a relação direta destes sintomas com a doença do silicone. Mas não se nega que o corpo possa rejeitar as próteses.
E na era digital em que vivemos, o que mais se espalha são fake news, disseminando informações falsas, gerando o caos. Por isso, a SBCP desenvolveu uma cartilha com mitos e verdades. Você pode acessar a campanha da SBCP completa no site doencadosilicone.org.br.
A SBCP informa ainda que não há exame laboratorial ou de imagem que seja capaz de diagnosticar a doença do silicone. Além disso, destacou em reportagem à Folha de São Paulo que a síndrome pode ocorrer em mulheres que realizaram o implante de próteses de diferentes marcas e modelos, praticamente a qualquer momento, seja 3 dias a 30 anos após o implante.
O índice é considerado baixo e, na maioria dos casos, a doença do silicone afeta pessoas com predisposição a doenças autoimunes e pode também estar relacionada à depressão e ansiedade.
É indicado que, caso perceba o formato dos seios irregulares, fadiga e dores (que antes não surgiam), busque atendimento médico. A ajuda pode evitar sérias complicações e evitar o explante de silicone.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Victor Cutait, membro da SBCP, disse que até 2015 a procura pelo explante de silicone era praticamente nula, mas que a partir de 2016 a procura começou a crescer e, em 2019, de acordo com dados da Isaps, divulgados pelo portal da Folha de São Paulo, foram realizados 19.355 explantes no Brasil.
Ele ainda destacou que essa procura cresceu porque os padrões de beleza estão mudando e, cada vez mais, estão se tornando diversificados. Para ele, esse empoderamento é positivo e saudável.
Para ler a entrevista completa, clique aqui!
Na internet é possível encontrar alguns perfis que apoiam e incentivam, de modo didático e saudável, o explante de silicone, visando a autoaceitação e quebra de padrões, como os perfis @perigos.do.silicone e @explantedesilicone, ambos no Instagram.
Além desses perfis, no Facebook há um grupo chamado ‘Doença do Silicone – Apoio ao Explante (remoção de prótese)’, com mais de 40 mil participantes e, no Instagram, o perfil já alcançou mais de 160 mil usuárias.
Neles, é possível ver relatos e reclamações de mulheres que, após o implante da prótese, notaram mudanças em sua saúde.
Por lei, o profissional que fará o implante deve alertar previamente a paciente sobre as adversidades e explicar tudo sobre o material, anestesia e os detalhes da cirurgia.
O explante de silicone é um procedimento cirúrgico, feito através da mesma cicatriz da colocação da prótese , onde pode-se retirar a prótese, a cápsula ou o bloco (cápsula + prótese).
Para o explante de silicone, é necessária anestesia local, sedação peridural ou geral. O profissional responsável pelo procedimento fará uma avaliação, indicando uma anestesia que atenda às necessidades.
Na preparação para o explante de silicone é necessária uma análise pré-operatória, com exames de sangue e cardíacos, além de ultrassonografias das mamas e ressonância magnética.
Durante a retirada, o médico responsável irá moldar a mama para evitar que os seios fiquem desproporcionais e, se preciso, é realizada ainda uma mamoplastia.
Caso necessário, existem outras técnicas para correção de deformações, como o enxerto de gordura.
Também é importante uma avaliação psicológica, já que estamos falando de uma mudança significativa e que pode deixar cicatrizes.
Segundo o levantamento feito e divulgado pela Folha de São Paulo, o explante de silicone pode custar em torno de R$ 23 mil. Lembrando que, alguns planos de saúde não cobrem o procedimento. Portanto, pesquise e veja todas as possibilidades possíveis de pagamento e cobertura.
É importante ressaltar que os valores disponibilizados acima são somente uma ordem de grandeza para cada procedimento, pois cada orçamento se difere dependendo do prestador de serviços escolhido, quantos profissionais serão necessários (cirurgião, anestesista, etc), locais para realização da cirurgia (clínica, hospital etc), necessidades especificas de cada cirurgia e para cada pessoa. E além desses valores, o paciente pode ter outros gastos que envolvem exames pré-operatórios, internação em quartos simples ou até mesmo em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), consulta no pós-operatório e medicamentos, além do acompanhamento a longo prazo e manutenção.
Por isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), não autorizam a divulgação de valores de acordo com a resolução CFM 1836/2008: “Art. 3º: Cabe ao médico, após os procedimentos de diagnóstico e indicação terapêutica, estabelecer o valor e modo de cobrança de seus honorários, observando o contido no Código de Ética Médica, referente à remuneração profissional”.
Portanto, é imprescindível que você encontre um médico especializado de confiança e obtenha o orçamento de tudo que é necessário para que tenha uma cirurgia tranquila.
O pós-operatório do explante de silicone depende muito do método procedimento utilizado no procedimentos e dacapacidade de recuperação da paciente . Para se obter bons resultados e evitar complicações, é essencial seguir TODAS as recomendações do cirurgião plástico.
As recomendações são uso correto das medicações receitadas, repouso, boa alimentação e acompanhamento pós-cirúrgico.
Durante 14 a 30 dias é preciso fazer curativos impermeáveis e usar uma cola cirúrgica. Depois desse período, a paciente pode voltar à rotina gradativamente.
E, em caso de complicações, é imprescindível buscar atendimento médico.
Vale destacar que, após o explante de silicone o acompanhamento médico deve ser feito anualmente, com exames de rotina solicitados pelo ginecologista ou mastologista.
Apesar de ser um grande passo para a autoaceitação, o explante de silicone pode deixar flacidez nas mamas e, para corrigi-las, é necessário fazer outras intervenções cirúrgicas, como substituição por outra prótese ou enxerto de gordura.
Para evitar a necessidade do explante de silicone você precisará tomar alguns cuidados. Confira!
É importante manter sua saúde em dia, fazer exames com frequência para atestar que as próteses estão em boas condições. O ideal é repetir esses exames de seis em seis meses.
Citamos anteriormente como o explante de silicone pode afetar a paciente se ela não estiver psicologicamente preparada para realizar a reversão do procedimento estético, por isso independente do motivo, devemos tratar esse assunto com cautela e cuidado.
O procedimento é seguro, mas podem surgir alguns riscos e consequências.Por isso, busque profissionais capacitados para alcançar os resultados que tanto deseja.
Agora que você já sabe o que é, quais são os benefícios e desvantagens, que tal pegar uma caneta e papel para anotar tudo o que você precisa saber para realizar o seu explante de silicone?
Anote as dicas a seguir:
1. decisão do explante de silicone: verifique suas condições físicas, emocionais e financeiras;
2. escolha um médico especializado e que seja membro da SBCP;
3. pesquise a qualidade da clínica, busque a avaliação de outros pacientes e consulte um médico de sua confiança;
4. pesquise sobre o procedimento;
5. analise os riscos associados ao procedimento;
6. veja quais serão as restrições de recuperação;
7. quais cuidados serão necessários no pré e pós-operatório;
8. alinhe suas expectativas com o que é possível fazer;
9. faça exames para garantir que você está apta para realizar o explante de silicone;
10. verifique o tempo de recuperação e se planeje no trabalho e em casa;
11. não tenha medo de rever seus planos, faça o que for melhor para você!
Você deve fazer também um planejamento financeiro: orçar valores, ver formas de pagamentos, evitando que sua conta bancária fique no vermelho. No mercado, você pode encontrar opções como financiamento e consórcios de serviços, além do velho e bom cartão de crédito. Mas cuidado para não se afundar em dívidas!
Criar bons hábitos, poupar e até mesmo buscar linhas de crédito mais em conta no mercado já é um bom começo.
O consórcio de serviços, por exemplo, oferece grandes vantagens com taxas reduzidas e conduta transparente, sem letras miúdas, pensando sempre no melhor para o consorciado.
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Muitas vezes, deixamos de fazer algo por medo de nos endividar ou por achar que não é possível, mas pesquise, planeje e tire do papel. Seu bem-estar e qualidade de vida devem estar em primeiro lugar!
Vale lembrar que este planejamento serve para qualquer tipo de cirurgia plástica.